Dicionário de História do Brasil Colonial

Pequeno dicionário com os termos e conceitos mais comuns presentes em artigos sobre a história brasileira no período colonial.

Significados de diversas palavras dos artigos de História do Brasil
Significados de diversas palavras dos artigos de História do Brasil

 

Dicionário de História do Brasil Colonial

 

A

 

- Administração colonial: sistema de governo estabelecido pela Coroa Portuguesa para controlar o Brasil.

- Alvará régio: decreto real que regulava diversos aspectos da vida na colônia.

- Aristocracia agrária: grupo social composto por grandes e ricos fazendeiros. É utilizado também o termo aristocracia rural.

- Asiento: direito de explorar o comércio (tráfico) de escravizados, que era concedido pelo rei à companhias particulares. Essas companhias deviam fazer pagamentos ao rei de Portugal para poder explorar esse direito.

 

B

 

- Bandeirantes: exploradores paulistas que adentravam o interior em busca de riquezas e captura de indígenas.

- Bandeiras: expedições militares, organizadas e comandadas por bandeirantes, que tinham como objetivos caçar índios ou encontrar pedras e metais preciosos.

 

 

C

 

- Colonizar: habitar uma região como colono.

 

- Câmaras municipais: instituição política, que representava o poder nas vilas coloniais.

 

- Conjuração: agrupamento de pessoas com objetivo de conspirar ou derrubar um governo. No contexto histórico do Brasil Colonial, tem o mesmo sentido de Inconfidência.

 

- Caravela: nome das embarcações utilizadas pelos portugueses para fazer as navegações nos séculos XV e XVI.

 

- Casa de Contratação: instituição portuguesa responsável pelo controle do comércio colonial.

 

- Casa-grande: habitação do senhor de engenho e sua família.

 

- Casas de Fundição: no ciclo do ouro, era os locais que derretiam este metal precioso e faziam a cobrança do quinto.

 

- Capataz: também conhecido como feitor. Era o administrador do senhor de engenho, responsável pela administração do engenho e do trabalho dos escravizados e trabalhadores livres.

 

- Capitão-do-mato: pessoas contratadas pelos senhores de engenho, para organizar expedições de caça aos escravizados fugitivos.

 

- Capitanias Hereditárias: sistema de divisão territorial, utilizado no início da História do Brasil Colonial (século XVI).

 

- Catequização: ato religioso, desempenhado por padres católicos, com objetivo de cristianizar (tornar cristão) os indígenas brasileiros.

 

- Chimangos: como eram chamados os integrantes do grupo político dos liberais moderados durante o Período Regencial.

 

- Coroa: no contexto da história brasileira, é um termo utilizado para fazer referência ao rei de Portugal.

 

- Companhia de Jesus: ordem religiosa católica que atuava na catequização de indígenas na colônia.

 

- Conselho Ultramarino: órgão criado para administrar os domínios portugueses além-mar.



D

 

- Derrama: imposto cobrado pela Coroa sobre a produção de ouro na colônia.

 

- Déspota esclarecido: reis do período absolutista, que eram favoráveis a algumas ideias do Iluminismo.

 

- Drogas do sertão: recursos florestais da Amazônia (guaraná, baunilha, cravo, castanhas, ervas medicinais, cacau, ervas aromáticas, entre outros).

 

E

 

- Escambo: troca de mercadorias e serviços sem uso de moeda, comum entre colonos e indígenas.

 

- Estanco: monopólio real sobre a exploração e comércio de determinados produtos na colônia.

 

- Eclesiástico: membros da Igreja.

 

- Engenho: propriedade do senhor de engenho que era composta por: casa-grande (residência do senhor de engenho e sua família), senzalas (moradia dos escravizados), capela e a fábrica de açúcar (moenda, casa de purgar e casa das caldeiras).

 

- Entradas: expedições organizadas pela metrópole para exploração do interior do Brasil.

 

- Escravidão: trabalho forçado sem remuneração.

 

- Emboabas: nome (depreciativo) dado pelos paulistas, que encontram minas de ouro, aos habitantes de outras regiões do Brasil ou portugueses interessados na exploração aurífera da região.

 

F

 

- Feitoria: posto comercial previsto pelos portugueses, utilizado para o comércio de pau-brasil e escravizados.

- Forte: construções militares feitas na região litorânea com o objetivo de defender o Brasil de invasões estrangeiras.

 

G

 

- Guerras justas: conflitos autorizados pela Coroa para escravizar indígenas sob pretexto de defesa.

 

- Governador-geral: autoridade máxima na colônia, responsável por administrar e manter a ordem.



J

 

- Jazida: reservatório, localizado no subsolo, de metais ou pedras preciosas.

 

- Jesuítas: missionários que atuavam na catequização e na organização de aldeamentos indígenas.

 

- Juíz de fora: juíz nomeado pelo rei, encarregado da justiça.

 

- Jurujubas: como eram chamados os integrantes do grupo político dos liberais exaltados durante o Período Regencial.

 

L

 

- Laico: que não faz parte da religião.

 

- Latifúndio: grandes propriedades rurais, voltadas para agricultura ou pecuária, com baixa produtividade.

 

M

 

- Moenda: máquina, movido por força animal, humana ou energia hidráulica, usada para moer a cana de açúcar. Era também chamada de engenho.

 

- Monopólio: controle de comércio ou produção feito por um país ou empresa. É uma espécie de exclusividade.

 

- Monocultura: cultura (plantação e colheita) de apenas um gênero agrícola.

 

- Monções: expedições fluviais no interior do Brasil, importantes para o comércio e a colonização.

 

- Mosteiro: habitação dos monges católicos.

 

- Metrópole: no contexto da história colonial brasileira, é um termo usado para fazer referência ao país que comanda e governa a colônia. No cado brasileiro, a metrópole era Portugal.

 

P

 

- Pacto Colonial: política utilizada por Portugal, que obrigava o Brasil (sua colônia) a fazer comércio exclusivamente com a metrópole (Portugal).

 

- Pajé: líder espiritual de algumas sociedades indígenas. Além do rituais religiosos, ele domina também o conhecimento do poder de cura das plantas da floresta.

 

- Patriarcalismo: sistema social e político em que o homem possui os poderes na sociedade, deixando as mulheres de fora.

 

- Pré-colonial: período anterior à colonização. No caso do Brasil, é o período entre 1500 e 1530, pois os portugueses ainda não tinham iniciado a colonização.

 

Q

 

- Quinto: imposto de 20%, que a coroa portuguesa cobrava sobre todo ouro encontrado no Brasil.

 

- Quilombo: comunidade de escravizados fugitivos, localizada em áreas de matas e florestas.

 

- Quilombola: morador de um quilombo.

 

R

 

- Redução: também chamada de “missão”, era uma forma de organização, feita pelos padres jesuítas, com o objetivo de criar condições para catequizar os índios.

 

S

 

- Sesmaria: lotes de terras, que o rei de Portugal dava aos colonos portugueses. Aquele que recebia a terra era chamado de sesmeiro.

 

- Sincretismo: união de dois ou mais sistemas culturais.

 

- Sociedade estratificada: sociedade em que a população está dividida em estratos sociais (camadas).

 

- Senzala: nome dados para as habitações precárias, que os senhores de engenho disponibilizavam para seus escravizados.

 

- Sobas: chefes africanos locais, que negociavam escravizados africanos com os comerciantes portugueses, em troca de fumo, aguardente (pinga), tecidos, joias, armas e vidros.

 

T

 

- Tratado de Tordesilhas - Tratado de 1494 que dividiu as terras e por descobrir entre Portugal e Espanha.


- Tumbeiros: apelido das embarcações, que traziam os escravizados da África para o Brasil.

 

- Tupinambas: índios canibais, que habitavam o litoral sudeste do Brasil no período colonial.



V

 

Vice-Reinado: período em que o Brasil foi administrado por um vice-rei, representante máximo da coroa portuguesa.

 

 

___________________________________


Artigo publicado em 22/05/2005. Atualizado em 29/01/2025


Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).