Clientelismo na República das Oligarquias – resumo

O clientelismo foi uma prática política muito utilizada na fase inicial do período republicano brasileiro.

Oligarquias usaram o clientelismo para obtenção de votos
Oligarquias usaram o clientelismo para obtenção de votos

 

O que foi (definição histórica)


O clientelismo foi uma prática política usada pelos presidentes, governadores e deputados brasileiros durante a República das Oligarquias (1894 a 1930), cujo principal objetivo era a obtenção de apoio político popular e vantagens eleitorais. Por isso, funcionava como uma espécie de trocas de favores entre os governantes e as pessoas mais pobres do Brasil.

 

Junto com a política do café com leite, coronelismo e política dos governadores, o clientelismo sustentou a elite agrária (oligarquias de Minas Gerais e São Paulo) no poder por mais de trinta anos.

 

Principais práticas e características do clientelismo

 

Nesta prática política, os clientes eram as pessoas mais pobres das cidades e da zona rural. Geralmente eram camponeses, agregados e trabalhadores pobres das cidades. Como tinham muitas necessidades materiais e pouco esclarecimento, eram alvos fáceis dos políticos (geralmente integrantes da elite econômica).

 

Os grandes proprietários rurais e homens ricos das cidades ofereciam aos clientes empregos, alimentos, isenções de taxas e impostos ou até mesmo bens materiais em troca de votos. Muitas vezes, o político se comprometia com o “benefício” apenas após a abertura das urnas e sua vitória eleitoral. Chegaram a ocorrer casos absurdos em que era oferecido um sapato para os eleitores, sendo que o outro sapato do par só seria entregue caso a votação fosse favorável ao político. O clientelismo político chegou a se transformar num verdadeiro mercado de compra de votos.

 

Como o voto não era secreto tornou-se comum os coronéis intimidarem os eleitores do seu “curral eleitoral” para que estes votassem nos candidatos indicados por eles. Neste contexto, podia até mesmo ocorrer ações de violência e ameaças aos eleitores.

 

______________________________

Última revisão: 17/06/2021


Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).