Guerrilha do Araguaia: o que foi, objetivos e contexto histórico
A Guerrilha do Araguaia foi um movimento armado organizado pelo Partido Comunista do Brasil entre as décadas de 1960 e 1970, com o objetivo de instaurar um regime socialista no Brasil, concentrando suas atividades na região amazônica.

O que foi
A Guerrilha do Araguaia foi um movimento de luta armada (guerrilheiro) que ocorreu na região do Araguaia (divisa entre os estados de Tocantins e Pará), entre os anos de 1972 e 1975. Este movimento era contrário à ditadura militar implantada no Brasil, através de golpe, em 1964.
Contexto histórico
O Brasil vivia sob o regime militar instaurado em 1964, marcado por intensa repressão política, censura e supressão das liberdades democráticas. A ditadura militar adotava uma política de combate sistemático a qualquer oposição, especialmente a movimentos de esquerda, que buscavam a redemocratização e a transformação social do país. A guerrilha surgiu nesse cenário de polarização política e perseguição, refletindo a resistência armada como resposta à falta de espaço para a participação política legal e ao endurecimento do regime, principalmente após a edição do Ato Institucional n.º 5 (AI-5) em 1968, que suspendeu direitos civis e intensificou a repressão estatal.
História resumida
O movimento começou a se organizar no final da década de 1960. A partir de 1972, começaram os confrontos armados entre os guerrilheiros e as forças armadas brasileiras (principalmente tropas do exército).
A Guerrilha do Araguaia tinha como inspiração os bem sucedidos movimentos revolucionários socialistas que ocorreram em Cuba e na China.
No total, ocorreram três ofensivas militares para acabar com a guerrilha: Operação Papagaio, Operação Sucuri e Operação Marajoara. De acordo com estimativas, cerca de cinco mil militares atuaram nestas operações.
Quem participou (integrantes)
O movimento foi liderado, principalmente, por militantes do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Porém, contou com a participação de estudantes universitários, operários, profissionais liberais e camponeses.
Entre os principais líderes da Guerrilha do Araguaia, podemos citar: Maurício Grabois (um dos fundadores do PCdoB), João Amazonas (secretário-geral do PCdoB), Elza Monnerat (dirigente do PCdoB) e Ângelo Arroyo (dirigente do PCdoB).
Principais objetivos
- Derrubar o governo militar, mediante uma revolução socialista, que teria início no campo com o movimento de guerrilha.
- Implantar no Brasil, após a tomada do poder, um governo de caráter socialista.
Como terminou (resultados)
As tropas militares brasileiras saíram vitoriosas, pois conseguiram reprimir o movimento guerrilheiro em 1975. Como resultado, 59 militantes do PCdoB morreram, além de 19 agricultores que lutaram ao lado da guerrilha. Do lado das tropas militares foram 20 mortos (número estimado).
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Atualizado em 09/02/2025
Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).
Veja Também
Fontes de Pesquisa e Bibliografia Indicada
Fontes de pesquisa utilizadas na elaboração do artigo:
FAUSTO, Boris. O Brasil republicano: sociedade e instituições. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1994.
PILETTI, Nelson. História do Brasil. São Paulo: Ática, 1990.
AMORIM, Carlos. Araguaia - histórias de amor e de guerra. Rio de Janeiro: Record, 2001.