Guerra da Cisplatina: o que foi, causas, consequências e resumo
A Guerra da Cisplatina (1825-1828) foi um conflito entre o Império do Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata pelo controle da Província Cisplatina, resultando na independência do território, que se tornou o Uruguai.

O que foi
A Guerra da Cisplatina foi um conflito armado entre Brasil (Império do Brasil) e Províncias Unidas do Rio da Prata (antigas províncias do Vice-reinado espanhol do Rio da Prata), ocorrida entre 1825 e 1828.
Contexto Histórico
A região era motivo de disputas entre Portugal e Espanha desde o final do século XVII. Até 1816 a região foi território espanhol. Porém, em 1816, ela foi invadida e anexada a coroa portuguesa. Em 1821, D. João VI anexou a região ao Reino Unido de Portugal e Algarves, denominando-a de Província Cisplatina. Porém, como a anexação não foi aceita pela população de maioria espanhola da região, teve início um movimento de independência.
Principais causas
- Oposição dos habitantes, principalmente da elite de origem espanhola da Cisplatina com relação à anexação do território à Cisplatina;
- Não reconhecimento da Independência do Brasil;
A Guerra
No ano de 1825, com apoio da Argentina, o general Juan Antonio Lavalleja deu início ao movimento pela emancipação da Cisplatina. Líderes militares da Cisplatina declararam a independência da região do controle brasileiro.
Não concordando, Dom Pedro I, imperador do Brasil, declarou guerra contra o movimento emancipacionista em 10 de dezembro de 1825.
A Guerra durou 3 anos, gerando ao Império Brasileiro enormes gastos financeiros, além de perdas humanas.
O Império brasileiro encontrou dificuldades em formar uma força militar capaz de vencer os revoltosos. Mesmo com um exército menor, as Províncias Unidas do Rio da Prata tiveram êxito no conflito.
Como terminou
França e Reino Unido pressionaram ambos os lados para o firmamento de paz na região. Através da Convenção Preliminar de Paz, assinada em dezembro de 1828 no Rio de Janeiro, foi criada a República Oriental do Uruguai.
Principais consequências:
Consequências da Guerra da Cisplatina:
- Independência do Uruguai: o conflito resultou na criação de um Estado independente, estabelecido pela Convenção Preliminar de Paz de 1828.
- Desgaste econômico do Brasil: os custos elevados da guerra agravaram a crise financeira do Império, enfraquecendo sua economia.
- Insatisfação militar e política: o fracasso na guerra gerou descontentamento entre oficiais e setores políticos, afetando a estabilidade do governo de D. Pedro I.
- Crescimento da oposição a D. Pedro I: a derrota e os problemas internos ampliaram as críticas ao imperador, contribuindo para sua abdicação em 1831.
- Fortalecimento da identidade uruguaia: o processo de independência consolidou um sentimento nacional no Uruguai, diferenciando-o das influências brasileiras e argentinas.
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O movimento dos Trinta e Três Orientais foi uma expedição liderada por Juan Antonio Lavalleja em 1825, composta por trinta e três combatentes que atravessaram o Rio da Prata a partir da Argentina para iniciar a luta contra a dominação brasileira na Província Cisplatina. O grupo proclamou a independência da região e sua incorporação às Províncias Unidas do Rio da Prata, desencadeando a Guerra da Cisplatina entre o Império do Brasil e os argentinos. A ação dos Trinta e Três Orientais teve forte apoio popular e resultou em conflitos que culminaram na Convenção Preliminar de Paz de 1828, que reconheceu a independência do Uruguai. |
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Atualizado em 07/02/2025
Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).
Veja Também
Fontes de Pesquisa e Bibliografia Indicada
Fontes de pesquisa utilizadas na elaboração do artigo:
VAINFAS, Ronaldo. Dicionário do Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.
DOLHNIKOFF, Miriam. História do Brasil Império. São Paulo: Contexto, 2017.
Bibliografia Indicada sobre o tema
CARNEIRO, David. História da Guerra da Cisplatina. Brasília: UNB, 2001.